O Ministério Público de Roraima (MPRR) iniciou uma investigação sobre uma suposta irregularidade no concurso para a Guarda Municipal de Rorainópolis, município localizado ao sul do estado. A suspeita de fraude surgiu após denúncias de candidatos e notícias veiculadas na mídia local, levantando questões sobre a integridade do concurso e a transparência do processo de seleção.
Contexto do concurso e surgimento das suspeitas
O concurso público para a Guarda Municipal de Rorainópolis foi realizado com o objetivo de formar a primeira turma desta instituição de segurança pública municipal. A expectativa era de que o processo de seleção ocorresse de maneira justa e transparente, proporcionando oportunidades iguais a todos os candidatos interessados em ingressar na carreira.
Realização das provas e primeiras irregularidades
As provas do concurso foram aplicadas em um domingo, mobilizando candidatos de diversas partes do município e região. No entanto, logo após a realização do exame, surgiram as primeiras suspeitas de irregularidades, que rapidamente se espalharam pelas redes sociais e meios de comunicação locais.
Denúncias de candidatos
Um dos pontos mais preocupantes foi a denúncia feita por um candidato que concorria a uma vaga destinada a pessoas com deficiência. Segundo o relato, todos os documentos necessários para a inscrição foram devidamente enviados dentro do prazo e conforme as especificações do edital. Contudo, para a surpresa do candidato, sua inscrição foi indeferida sob a alegação de que os documentos não teriam sido enviados.
Suspeita de vazamento do gabarito
Além da questão envolvendo o indeferimento de inscrições, outro fator que contribuiu para levantar suspeitas sobre a lisura do concurso foi a circulação de notícias na internet sobre um possível vazamento do gabarito da prova. Essa informação, se confirmada, comprometeria seriamente a igualdade de condições entre os candidatos e a credibilidade do processo de seleção como um todo.
Atuação do Ministério Público de Roraima
Diante da gravidade das denúncias e da repercussão do caso, o Ministério Público de Roraima não tardou em tomar providências. A instituição, que tem como uma de suas atribuições zelar pela legalidade e moralidade dos atos da administração pública, instaurou um procedimento investigativo para apurar os fatos relacionados ao concurso.
Abertura do procedimento investigativo
O MPRR formalizou a abertura do procedimento investigativo em uma segunda-feira, logo após a realização das provas e o surgimento das primeiras denúncias.
Objetivos da investigação
A investigação conduzida pelo Ministério Público tem como principais objetivos:
- Verificar a veracidade das denúncias sobre o indeferimento indevido de inscrições;
- Apurar a possibilidade de vazamento do gabarito da prova;
- Analisar a conduta da banca examinadora e dos responsáveis pela organização do concurso;
- Garantir a lisura e a legalidade de todo o processo seletivo.
Solicitação de esclarecimentos à banca examinadora
Como parte das diligências iniciais, o Ministério Público notificou a banca examinadora responsável pelo concurso, solicitando esclarecimentos sobre o indeferimento das inscrições dos candidatos que concorriam às vagas destinadas a pessoas com deficiência. Esta medida visa obter informações detalhadas sobre os critérios utilizados e as razões que levaram ao indeferimento das inscrições.
Requisição de informações sobre os fiscais
Além dos esclarecimentos sobre as inscrições, o MPRR também requereu a indicação dos fiscais designados para atuar nas escolas onde as provas foram aplicadas. Esta informação é fundamental para verificar se houve alguma falha na fiscalização que possa ter contribuído para eventuais irregularidades durante a realização do exame.
Posicionamento da Prefeitura de Rorainópolis
Diante da repercussão do caso e da abertura da investigação pelo Ministério Público, a Prefeitura de Rorainópolis se manifestou sobre o assunto, buscando demonstrar preocupação com a situação e disposição em colaborar com as investigações.
Contato com a banca organizadora
Em nota oficial, a Prefeitura informou que, assim que tomou conhecimento das suspeitas de irregularidades, entrou imediatamente em contato com a Fundação Ajuri, banca organizadora do certame. O objetivo desse contato foi cobrar explicações sobre as denúncias e solicitar que fossem tomadas as providências necessárias para esclarecer a situação.
Compromisso com a transparência
A administração municipal reafirmou seu compromisso com a transparência e a lisura do processo seletivo, destacando a importância de se apurar rigorosamente todas as denúncias para garantir a credibilidade do concurso e a confiança da população no processo de seleção dos futuros guardas municipais.
Resposta da Fundação Ajuri
A Fundação Ajuri, responsável pela organização e realização do concurso, também se manifestou sobre as suspeitas de irregularidades, buscando esclarecer sua posição e as medidas que estão sendo tomadas.
Providências jurídicas
Em comunicado, a Fundação Ajuri informou que está tomando todas as providências jurídicas cabíveis em relação às denúncias, conforme previsto no edital do concurso. Esta afirmação sugere que a instituição está disposta a investigar internamente as suspeitas e, se necessário, adotar medidas corretivas.